Nove em cada dez escolas da rede pública têm pelo menos um aluno com necessidade especial
Metade dos diretores considera que falta formação adequada aos professores para trabalhar com alunos com deficiência. Resultados são dos questionários do Saeb 2017
As respostas dos diretores e professores da rede pública aos questionários do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, tabuladas com exclusividade pelo Iede, apontam para a inclusão de estudantes com deficiência ou necessidades especiais no ensino regular. No entanto, infraestrutura das escolas e formação das equipes ainda são grandes desafios.
Acesse aqui um pdf com análises dos questionários do Saeb 2017
No Centro-Oeste, chega a 94,8% o percentual de diretores que afirma ter na escola pelo menos um aluno com deficiência ou necessidade especial. Essa é também a região em que, na visão dos diretores, os professores estão melhor preparados para trabalhar com alunos especiais. Enquanto 28% dos diretores do Centro-Oeste afirmam que os professores não têm formação adequada, no Nordeste o percentual é mais do que o dobro: 66%. Veja as comparações entre as regiões do país nos gráficos a seguir:
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No total, 79% dos diretores acreditam que não têm formação específica para trabalhar com estudantes com necessidades especiais. Percentual similar (80,1%) considera que falta formação específica aos demais funcionários da escola.
Professores também sentem necessidade de aperfeiçoamento profissional para atuar com alunos com necessidades especiais
Dentre sete áreas, “formação específica para trabalhar com estudantes com deficiência ou necessidades especiais” é a que os professores relatam mais ter necessidade de desenvolvimento, atingindo 66,7%. Veja a seguir:
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“Vale destacar que o processo de promoção da inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas públicas regulares é positivo. É importante caminhar nessa direção. No entanto, o que se percebe, é que esse processo aconteceu de forma acelerada e sem um planejamento de ações que permitissem um atendimento adequado. Percebe-se que nos últimos cinco a dez anos essa temática tem sido uma das grandes aflições dos professores, que, muitas vezes, se sentem incapacitados de oferecerem um suporte apropriado. Isso é corroborado por diversas pesquisas, como a Conselho de Classe, da Fundação Lemann, e a pesquisa internacional Talis, da OCDE. Nesse cenário, até pelas limitações financeiras e técnicas de alguns municípios, seria importante o Ministério da Educação puxar um processo de formação, suporte e orientação para as redes e escolas.” – Ernesto Faria, diretor-fundador do Iede e doutorando em Organização do Ensino e Formação de Professores na Universidade de Coimbra.