Consideramos que há quatro aspectos fundamentais para a realização de boas pesquisas em Educação: atenção ao contexto educacional, aplicabilidade, rigor metodológico e boa comunicação com o público alvo. Nesta página, reunimos todos os nossos estudos, organizando-os por temáticas.

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Esta página traz livretos, análises e artigos sobre o desempenho dos estudantes brasileiros no Saeb, no Ideb, no Pisa e no Pirls, além de dados do Indicador de Permanência Escolar, criado pelo Iede para mensurar o total de crianças e jovens que abandonam a escola sem ter concluído a Educação Básica.

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Estudos - 04/01/2018

Iede Pauta nº 2: Pisa e o uso de internet nas escolas brasileiras

O Brasil tem a 2ª pior conectividade nas escolas entre os 46 países com questionários válidos no Pisa 2015

Panorama geral

  • No Brasil, somente 28,3% dos estudantes afirmam usar computadores com internet na escola. A porcentagem perde apenas para a República Dominicana, com 28,18%, e está bem atrás da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 55,9%.
  • Os países com os maiores percentuais de alunos que dizem utilizar internet na escola são, respectivamente: Países Baixos (82,74%), Nova Zelândia (80,83%), Austrália (79,68%), Reino Unido (79,14%) e Finlândia (78,80%).

Conexão entre os melhores do Pisa

  • Nos cinco países e economias que obtiveram os melhores resultados no Programme for International Student Assessment (Pisa), mais de 50% dos alunos afirmam utilizar computadores com internet na escola. Na Cingapura, que ocupa a primeira colocação, o percentual é de 62,82%. No Japão, que aparece em 2º lugar, é de 51,46%.

Sobre os dados

  • Os dados referem-se às respostas dos estudantes aos questionários do Pisa 2015, e foram organizados pelo Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).
  • O Pisa avalia estudantes em relação a conteúdos de matemática, português e ciências. É aplicado a estudantes de 15 anos de idade dos 35 países-membros da OCDE, além de economias parceiras, como é o caso do Brasil.
  • Em 2015, 46 países e regiões tiveram respostas válidas.
  • No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), participaram do Pisa 23.141 estudantes de 841 escolas. A maior parte deles, 77%, estava matriculada no ensino médio.

Veja na apresentação a seguir os principais dados do Pisa sobre conexão nas escolas:

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Quer saber mais? Baixe aqui tabelas com dados complementares sobre o uso de computadores e internet nas escolas.

O que pensam especialistas e educadores?

 

Lucas Rocha, coordenador de Políticas Educacionais da Fundação Lemann

“Pela internet, é possível acessar informações, notícias, serviços… Alunos que não têm acesso a esse tipo de infraestrutura não estão sendo educados a usá-la de forma cidadã.  Os dados do Pisa são importantes porque apontam o que de fato chega aos estudantes. A escola pode ter um pacote de dados insuficiente para conectar 15, 20 alunos ou mesmo ter laboratórios fechados.”

 

Reginaldo Botelho, professor na escola Fausto Cardoso Figueira de Mello, em São Bernardo do Campo (SP)

“O professor muitas vezes não tem formação adequada para usar os computadores. Conheço escola que tinha computadores novos e o diretor trancou a sala. Ninguém usava. Comecei a usar computadores e o resultado foi positivo: o que eu percebo é que quando eu posto uma atividade na rede, as discussões são mais ricas. Vão além do que eu propus.”

 

Rodrigo Nejm, diretor de Educação da SaferNet Brasil

“Usar a internet não significa um bom acesso à rede. A escola tem o papel de conscientizar as pessoas sobre questões como o bullying digital, acesso a informações, entre outras. Internet faz parte da vida de crianças e adolescentes. Ponto. Como fazer com que esse uso favoreça e oportunize o aprendizado? Usar não significa que crianças e adolescentes estejam sendo beneficiados por esse uso. As escolas e as políticas públicas ajudam a massificar o uso responsável e crítico das tecnologias.”

 

Rafael Parente, CEO da Aondê/Conecturma

“Tanto escolas quanto professores estão ultrapassados, não conseguiram se atualizar. Isso significa que se tornaram entediantes, chatos e desinteressantes para os alunos. Se a gente quer modernizar as rotinas escolares, as metodologias, a gente precisa dessa modernização. Os professores querem ter mais formação, querem usar jogos digitais e outros recursos. O que o governo tem que fazer é investir em processo de capacitação desses professores, para que compreendam como podem integrar as tecnologias no planejamento de aula e para que existam escolas com metodologias mais modernas.”

O Iede Pauta nº2 embasou a reportagem da Agência Brasil: “Estudo mostra que Brasil tem pouca conectividade nas escolas”