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Contribuições ao Debate - 03/05/2019

O Estado de S.Paulo: MEC vai avaliar alfabetização das crianças por amostra

Renata Cafardo e Renato Onofre, para o Estadão 

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou nesta quinta-feira que a alfabetização das crianças será avaliada por meio de amostra este ano. O exame havia sido cancelado completamente pela gestão do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez, como o Estado revelou. Depois de intensa repercussão negativa, já que a alfabetização é considerada etapa crucial para o desenvolvimento escolar do aluno, a gestão de Jair Bolsonaro voltou atrás.

Até a última prova, em 2016, os exames de leitura, escrita e matemática tinham sido aplicados para todas as crianças do 3o ano do ensino fundamental. Agora, haverá uma amostra de escolas públicas e privadas e o ano avaliado será o 2o, ou seja, crianças de 7 anos e não mais de 8. Essa última mudança já havia sido pedida pelo governo anterior, de Michel Temer. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estipula que as crianças devem estar alfabetizadas até o fim do 2o ano.

Por causa das mudanças, os resultados da avaliação não poderão ser comparados aos que já foram feitos nos anos de 2013, 2014 e 2016. Ou seja, não será possível saber se as crianças melhoraram ou pioraram seu desempenho. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC que realiza avaliações, a comparabilidade não acontece porque o público é diferente (outra idade) e porque a matriz do exame mudou, levando em conta a BNCC.

“Vamos começar do zero. E vai ser difícil avaliar os resultados; o desempenho é baixo porque não se adotou a BNCC ou porque as crianças não sabem mesmo?”, questiona o especialista da Universidade de São Paulo (USP), Ocimar Alavarse. Para ele, o fato de a BNCC ter sido aprovada há menos de dois anos faz com que ela ainda não esteja presente na maioria das escolas. “Vai acabar sendo uma prova para induzir, ameaçar, e não para avaliar os alunos.”

Já o diretor do Iede, Ernesto Faria, que faz pesquisas educacionais, acredita que atrelar a avaliação à BNCC é positivo. “A prova de alfabetização já teve quebra de série histórica, já mudou várias vezes, é importante começar a ver se os objetivos de aprendizagem da BNCC estão sendo cumpridos.”

Leia a reportagem na íntegra no Estadão