O ano de 2025 foi marcado por mudanças estratégicas e pela realização de estudos de grande escala no Iede. Ao longo dos últimos meses, desenvolvemos pesquisas, ampliamos parcerias e fortalecemos nossa presença nos debates centrais da educação brasileira. Encerramos este ano com o compromisso renovado de contribuir para a garantia do direito à aprendizagem de todas e todos, especialmente dos estudantes de grupos potencialmente mais vulneráveis. Confira, abaixo, algumas das principais ações realizadas.

Em 2025, reformulamos nossa missão e visão institucional, reafirmando o compromisso do Iede com a aprendizagem e a equidade. Também incorporamos um novo pilar às nossas frentes de atuação: contribuir para a melhoria do ensino de Matemática no Brasil por meio de pesquisas e diagnósticos.

Entre as ações voltadas a esse novo pilar, o Iede atuou como parceiro técnico do Ministério da Educação (MEC) na Escuta Nacional de Professores que Ensinam Matemática, iniciativa que coleta percepções de docentes de todo o País sobre suas condições de trabalho e desafios na prática da disciplina.

Também elaboramos, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, um documento com propostas para que o novo Plano Nacional de Educação (PNE) valorizasse o ensino de Matemática na Educação Básica. As sugestões apontam ajustes de metas e estratégias para ampliar a relevância da área na política educacional (acesse). Esse movimento se estendeu ao Legislativo: em agosto, participamos de audiência pública na Câmara dos Deputados para defender o maior enfoque para o ensino de Matemática no novo PNE (assista aqui).

Estudos de alcance nacional

Em 2025, nossa equipe percorreu escolas e redes de ensino de todas as regiões do Brasil para realizar pesquisas de campo para dois grandes estudos, que têm lançamento previsto para o primeiro semestre de 2026. As pesquisas abordam as práticas de alfabetização e a aprendizagem de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Ao todo, foram 15 visitas de campo, em todas as regiões do País, com duração de até um mês em cada rede.

Para o estudo sobre alfabetização, realizado em parceria com a Fundação Lemann, analisamos escolas em diferentes contextos que alcançam bons resultados nessa etapa. Para isso, observamos a infraestrutura das escolas, as práticas pedagógicas e as dinâmicas de gestão escolar, além de realizar atividades com os estudantes para conhecer suas percepções sobre leitura e escrita.

A pesquisa sobre o ensino de Matemática, que contou com a parceria da B3 Social, também envolveu a observação de aulas, entrevistas, grupos focais e análise de materiais pedagógicos. Ambas as pesquisas ainda contaram com uma análise quantitativa, que avaliou os resultados das redes em relação ao restante do Brasil e à sua região, e o desempenho dos estudantes nas avaliações nacionais.  

Avaliações e indicadores

No campo da avaliação educacional, o Iede apresentou um estudo no seminário “Construção de Padrões de Desempenho para o Ensino Fundamental”, promovido pelo Inep, buscando contribuir para a definição de qual é o patamar necessário no Saeb para que um estudante seja considerado como tendo aprendizado adequado (saiba mais).

Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), produzimos quatro Notas CIMA – resumos temáticos com análises de indicadores educacionais –, sobre desempenho dos estudantes no Ideb, desigualdades educacionais, avanços na educação e efeitos da pandemia na aprendizagem. O material está disponível em português e espanhol (acesse).

Outro projeto analisou a Condicionalidade III e a margem de erro da complementação do VAAR – um dos mecanismos do Fundeb, destinado a estados e municípios que cumprem critérios de gestão, transparência e melhoria de resultados educacionais.

Entre outros aspectos, nossa análise indica que falta uma definição clara sobre se a equidade deve ser tratada como condicionalidade ou como resultado, o que traz dúvidas e insegurança para as redes de ensino. Um documento a ser divulgado futuramente deve reunir reflexões e propostas de possíveis caminhos para enfrentar os desafios atuais do VAAR.

Também estivemos presentes em encontros, oficinas, formações e debates em diversos estados, do Mato Grosso do Sul a São Paulo, da Bahia ao Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Participamos da XII Reunião da Abave, do Fórum Nacional da Undime, do Congresso de Jornalistas de Educação da Jeduca, entre muitos outros. Também fizemos parte da imersão Gente que Soma, realizada na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, onde trocamos aprendizados e perspectivas sobre a aprendizagem de Matemática.

QEdu

O QEdu, portal de dados educacionais sob gestão do Iede, também teve importantes mudanças e atualizações em 2025. Em julho, lançamos a página Desigualdades, que reúne dados contextuais do município ou estado, habilitação na condicionalidade III (avanços na equidade) do VAAR, informações sobre professores, estudantes, infraestrutura das unidades de ensino e um mapa geolocalizado com dados das escolas. Em 2025, o portal foi acessado por 9 milhões de usuários, de mais de mil municípios brasileiros e de outros 42 países.

A plataforma QEdu Países também passou por uma reformulação completa, que facilita o acesso e a pesquisa das informações de interesse. Leia mais sobre as mudanças do QEdu.

Próximos passos 

Para 2026, nossos planos incluem a divulgação dos estudos sobre alfabetização e aprendizagem de Matemática e a publicação de um livro sobre a história do Ideb e o futuro desse indicador. Também continuaremos contribuindo com a análise de dados e as discussões sobre o VAAR e o financiamento da educação pública. Para acompanhar nossos projetos as ações, nos siga nas redes sociais (Instagram, Facebook e Linkedin) e assine nossa newsletter.