O Programa Conexão, do canal Futura, entrevistou Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Iede, e Chico Soares, professor-emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre os resultados do Brasil na avaliação internacional de leitura Pirls. Leia alguns trechos da entrevista.

“O Pirls indica que muitos alunos brasileiros têm uma capacidade muito limitada de leitura, não chegando nem no nível mais básico”, explica Ernesto. “Há um número relevante de alunos, de pelo menos 25%, que não conseguem fazer a avaliação, porque não têm capacidade leitora. É uma situação que não existe em outros países desenvolvidos. É preciso que exista uma indignação com esses resultados para poder gerar ações”, defende. Ele ainda aponta a dissonância entre os indicadores brasileiros, que mostram melhores resultados de alfabetização, e os dados do estudo internacional.

Por meio de exemplos, Chico Soares explica o que significam os diferentes níveis de leitura, mostrando como muitos estudantes brasileiros só conseguem extrair informações factuais e explícitas de um texto. Ele ainda questiona quais leituras estão sendo oferecidas ao longo dos anos para os alunos e seu nível de complexidade.  Sobre as diferenças entre exames nacionais e internacionais, ele ressalta que nosso sistema de avaliação está focado em habilidades específicas, não na compreensão do todo. “A leitura é a expressão mais plena do direito à educação, que é um direito constitucional. Se a criança não lê adequadamente, o direito dela não foi atendido”, pontua Chico.

Ernesto também ressalta a importância de considerar os resultados de avaliações internacionais nas reflexões do País sobre o que é necessário que os alunos dominem ao final da primeira etapa do Ensino Fundamental.

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