Enem: ‘maior desafio’ do MEC, participação de alunos da rede pública no fim do ensino médio despenca
Levantamento do GLOBO com dados do Inep mostra que, em 2016, quando houve a maior adesão, 67% dos jovens do 3º ano se inscreveram e fizeram os dois dias da prova; em 2022, índice foi de 38%
18/11/2023 04h30
A participação de estudantes do final do ensino médio no Enem caiu entre os alunos da rede pública quase pela metade em seis anos. Levantamento de O GLOBO com os dados do Inep mostra que, em 2016, quando houve a maior adesão, 67% dos jovens do 3º ano se inscreveram e fizeram os dois dias da prova. Em 2022, última edição com dados disponíveis, esse patamar despencou para 38%. Isso significa que só quatro em cada dez alunos que estão terminando a educação básica foram fazer a prova mais importante para o acesso ao ensino superior no país. Essa é a “maior preocupação” do ministro da Educação, Camilo Santana, para o Enem 2024.
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— Não dá para imaginar uma política de Ensino Médio sem pensar no Enem. A formação não é só para ele, mas é também para ele — afirmou Ernesto Faria, diretor-fundador do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede). — É necessária a disponibilização de materiais, diretrizes, e isso tem que estar nas políticas estaduais do ensino médio. Os estados têm o dever de entender a relevância da prova. O MEC não deveria ter que mostrar isso.
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Apesar de não administrar diretamente as escolas, o Ministério da Educação, para Ernesto, tem trabalho a fazer. O diretor do Iede afirma que o governo federal pode mobilizar os estados para garantir condições como transporte gratuito e bônus no boletim:
— O MEC deve buscar criar incentivos para os alunos do ensino médio fazerem a prova, como vincular o exame com as estratégias pedagógicas do 3º ano, dar incentivos ou pontos no boletim.