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Contribuições ao Debate - Iede 14/08/2025

Na Câmara dos Deputados, Iede defende maior espaço ao ensino de Matemática no PNE

Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Iede, discutiu a necessidade do Plano Nacional de Educação (PNE) contemplar metas e estratégias específicas para Matemática na Educação Básica. Assista à gravação

Nesta quarta-feira (13/8), o Iede participou de uma audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para discutir a aprendizagem de Matemática no Brasil e a necessidade de dar maior ênfase à disciplina no Plano Nacional de Educação (PNE). Como pontuou Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Iede, tanto as avaliações nacionais quanto as internacionais mostram que os estudantes brasileiros vão significativamente pior em Matemática que em Ciências ou Leitura e Língua Portuguesa. Apesar disso, o PNE não tem metas e estratégias específicas para Matemática na Educação Básica. “Precisamos de uma agenda de políticas estruturadas para apoiar o ensino de Matemática, um dos grandes desafios no país. E o Plano Nacional de Educação tem que retratar isso também”, defende.

Veja também: Documento propõe que PNE valorize o ensino de Matemática na Educação Básica

Dados apresentados por diferentes participantes também reforçaram o tamanho do desafio da aprendizagem de Matemática no País. No Saeb 2023, no 9º ano do Ensino Fundamental, apenas 16% dos estudantes tiveram aprendizado adequado na disciplina. No 3º ano do Ensino Médio, esse percentual foi de 5%. Nas avaliações internacionais, o cenário segue crítico. No Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (TIMSS, na sigla em inglês), o Brasil ficou nas últimas posições entre os países participantes, com 62% dos estudantes do 8º ano do Fundamental com pontuação considerada abaixo do nível mínimo.

Faria ainda destacou a importância de estabelecer as metas de aprendizado em Matemática a partir de uma base estatística. 

“Matemática tem que aparecer no PNE. E tem que aparecer com estratégias específicas e metas adequadas. Os números precisam ter uma base, precisam partir de estudos e simulações. O que os países desenvolvidos têm conseguido? O que as nossas simulações e projeções mostram que é possível? O queremos garantir no curto, no médio e no longo prazo? Metas que conversem com a realidade e nossa necessidade, mas que também se mostrem factíveis por nossas projeções.”

Com o objetivo de colaborar com essa discussão, o Iede e o Instituto Ayrton Senna elaboraram um documento que sugere ajustes no texto do Plano de modo a garantir que o ensino de Matemática receba a atenção necessária das políticas públicas na Educação Básica. Leia aqui.

Toda Matemática

A coordenadora-geral de Ensino Fundamental do MEC, Tereza Santos Farias, também participou da audiência e falou sobre o lançamento do Compromisso Nacional Toda Matemática. Ela lembrou que a política teve início com a escuta de quase 60 mil professores da área – e esse processo contou com a colaboração do Iede na construção do questionário, desenvolvimento da plataforma, análise e sistematização dos dados. “O Toda Matemática terá um conjunto de estratégias que olham para currículo, para formação, para avaliação da aprendizagem, e também apoio financeiro direcionado para as escolas”, adiantou.

Faria também enfatizou que a Matemática não é importante apenas para os alunos que optarem por seguir carreiras nas áreas de exatas, mas também para resolver questões financeiras, analisar estudos, compreender diagnósticos médicos e desenvolver o raciocínio lógico. “É preciso aprender Matemática para garantir o exercício pleno da cidadania”, disse ele. 

Também participaram do debate Kátia Stocco Smole, diretora-executiva do Instituto Reúna; César Callegari, presidente do Conselho Nacional de Educação; Renan Ferreirinha, secretário municipal de educação do Rio de Janeiro e Patrícia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social.

Assista à gravação da Audiência: