Mais da metade dos alunos chega ao 4º ano sem saber fazer contas de multiplicar e dividir
A prova foi aplicada em 2023 e foi a primeira vez que o Brasil participou da avaliação, realizada pela IEA, uma cooperativa de instituições de pesquisa, órgãos governamentais e especialistas dedicada à realização de estudos e pesquisas educacionais.
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“Sabemos que a educação brasileira não vai bem, sobretudo em matemática, mas os dados mostram como estamos muito atrás dos demais países. A gente não consegue garantir ao menos que metade das crianças aprendam o básico, enquanto os outros têm mais de 90% dos seus alunos nesse nível”, diz o economista especializado em educação Ernesto Faria, diretor do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).
A avaliação internacional analisa o desempenho dos estudantes em matemática ainda nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano). O Pisa, por exemplo, só avalia os estudantes de 15 anos, ou seja, quando estão chegando ao ensino médio.
Desde 2007, os anos iniciais são a única etapa da educação básica em que o país conseguiu ver melhora nas notas do Saeb, avaliação federal, e atingir as metas estabelecidas.
“O TIMSS nos mostra pela primeira vez que, ao contrário do que sugerem as avaliações nacionais, como o Saeb, nossa educação não vai bem nos anos iniciais. O diagnóstico mostra que os alunos brasileiros já no começo da trajetória escolar ficam muito atrás dos demais.”