Consideramos que há quatro aspectos fundamentais para a realização de boas pesquisas em Educação: atenção ao contexto educacional, aplicabilidade, rigor metodológico e boa comunicação com o público alvo. Nesta página, reunimos todos os nossos estudos, organizando-os por temáticas.

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Esta página traz livretos, análises e artigos sobre o desempenho dos estudantes brasileiros no Saeb, no Ideb, no Pisa e no Pirls, além de dados do Indicador de Permanência Escolar, criado pelo Iede para mensurar o total de crianças e jovens que abandonam a escola sem ter concluído a Educação Básica.

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Contribuições ao Debate - Estadão 09/10/2019

Jornal Estadão: Deficiências do ensino médio

Educação sem avanço rumo à excelência é passo atrás no desenvolvimento

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

“Não há hoje nenhuma rede estadual de ensino garantindo o nível de aprendizagem que os alunos precisam ter no ensino médio”, constata a pesquisa Excelência com Equidade no Ensino Médio promovida pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Fundação Lemann, Instituto Unibanco e Itaú BBA. Segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica, dos estudantes da rede pública que ingressam no ensino médio, apenas 34% têm aprendizado adequado em português e 15%, em matemática. Desde 2005, 14 Estados tiveram queda na proficiência de português e 16 na de matemática. Apesar disso, há exemplos de boas práticas que merecem ser intensificadas e replicadas.

De um total de 5.042 escolas públicas, os pesquisadores identificaram apenas 100 (2%) que atingiram critérios mínimos de qualidade, como taxas de aprovação acima de 95%, proficiência satisfatória em português e matemática e desempenho acima da média no Enem. O foco do estudo foi identificar os elementos diferenciais dessas escolas. Um primeiro elemento é regional: 55 dessas 100 escolas estão no Ceará, seguido por Pernambuco, com 14. Na Região Sul, apenas duas escolas passaram pelo crivo, e na Região Norte, só uma.

O dado que mais chama a atenção de gestores e pedagogos é que a maioria dessas escolas funciona em tempo integral. É uma tendência em quase todos os Estados, mas morosa: em 2014, as escolas de ensino integral representavam 5,4% do total, e hoje são quase 10%. Lamentavelmente, o governo federal chegou a acenar com um programa de fomento ao ensino integral, mas recuou desse propósito.

De um modo geral, o currículo integral é composto por duas partes, uma comum, com o repertório de disciplinas fundamentais, e outra diversificada, com matérias eletivas, projetos e dinâmicas alternativas. Assim, além da transmissão de conteúdos, esse modelo “abre mais espaço para trabalhos autorais dos estudantes – projetos interdisciplinares que proporcionam a aplicação prática dos conteúdos, com estímulo à conexão de saberes, à reflexão e à expressão mais ampla das habilidades de cada um, produzindo conhecimento e formando pensamento crítico”, diz a pesquisa.

Os ganhos são evidentes: 82 das 100 escolas mais qualificadas da rede pública são integrais. Mas há muitos desafios à sua replicação. Em primeiro lugar, é um modelo que não atende todos os estudantes. Quatro em cada dez alunos da rede pública exercem atividade remunerada após as aulas, imprescindível para a economia doméstica da maioria. De resto, é um modelo evidentemente custoso. Se for bem implementado, traz, por óbvio, retorno, mas, se não for, pode acarretar desperdício de recursos, algo particularmente crítico na atual conjuntura de austeridade fiscal.

Leia o texto na íntegra no site do jornal O Estado de S.Paulo

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