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Contribuições ao Debate - Iede 01/11/2021

História de professor: A Educação Física de Márcia traz ludicidade e conecta a outras disciplinas

Educadora de Porto Velho (RO) já foi premiada no município por projeto que ligava matemática com Educação Física e ganhou viagem a Sobral (CE)

Brincar de escolinha era uma das atividades favoritas de Márcia Gonçalves Vieira quando criança. Aos 17 anos, ela cursou magistério e pode realizar o sonho de ingressar na profissão docente. Natural de Porto Velho (RO), ela já lecionou da Educação Infantil ao 9º ano do Ensino Fundamental. Nos anos finais, deu aulas de Geografia, Língua Portuguesa, Ciências, Cidadania e Matemática. Em 2008, resolveu dar outro rumo à carreira: trancou o curso de Geografia no 2º semestre e ingressou no de Educação Física. Há 9 anos é professora da disciplina. 

Hoje, Márcia dá aulas na escola Escola Municipal de Ensino Fundamental Ernandes Coutinho, na zona rural de Porto Velho. Acorda todos os dias às 5h e percorre 70 km até a escola, parte de transporte público e parte a pé. “Quando tem ônibus dos alunos, não preciso andar, mas, se não tiver, tenho que caminhar 5km até a escola. Como o acesso é difícil, normalmente fico o dia todo e volto para a casa somente no fim da tarde”. Além de  Educação Física, ela  dá aulas de reforço de Língua Portuguesa, História, Geografia, Ciências e Matemática aos estudantes do Ensino Fundamental, no contraturno.

Durante a pandemia, as aulas de reforço tiveram que ser adaptadas: “Tive que procurar uma forma de atender e acolher estes alunos, de modo que não se sentissem sobrecarregados, pois já tinham as atividades dos professores de sala”. Por isso, ela fez um projeto com adaptações das atividades que antes eram feitas no pátio da escola, com o objetivo de fortalecer os laços entre o aluno, a escola e a família. “Todas as atividades eram com recursos acessíveis e recicláveis, com foco em jogos e brincadeiras populares, mas sem deixar de lado o desenvolvimento da aprendizagem”, conta. “Tive retornos maravilhosos, principalmente do envolvimento dos pais nas atividades.”

Quando questionada sobre os projetos que marcaram a sua carreira, Márcia não titubeia e cita o “Pequenos leitores, grandes escritores”, que acontece anualmente e tem por objetivo incentivar a leitura e reescrita de textos, como fábulas, contos de fadas, histórias em quadrinhos e lendas. Ao final do projeto, sempre é lançada uma coletânea individual com as produções realizadas. Outro projeto, “As cores da primavera”, une produções textuais com a pintura de paisagens e, anualmente, resulta em uma exposição. 

Márcia ressalta com orgulho também o “Vivenciando jogos e brincadeiras”, que ficou entre as 10 ideias de boas práticas na educação, na 1ª Edição do Concurso Boas Práticas, prêmio promovido pela Prefeitura de Porto Velho, em 2019. No projeto, os alunos (da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental) realizaram brincadeiras e jogos envolvendo matemática no contexto das aulas de Educação Física, como jogo da velha com formas geométricas, dama, teia da aranha, trilha, pescaria, tiro ao alvo, entre outros. Essa iniciativa rendeu a ela, como prêmio, uma viagem a Fortaleza (CE) com direito à visita técnica a algumas escolas de Sobral, no interior do estado, para conhecer boas práticas pedagógicas inspiradoras da cidade. Depois da visita técnica, ela e os demais vencedores puderam desfrutar das belezas da capital cearense. “A premiação foi importante para que eu entendesse que estou no caminho certo nas propostas de ensino”, comenta ela. 

A professora diz que, hoje, o que a deixa mais feliz na profissão é o reconhecimento da comunidade, tanto dos colegas quanto dos pais dos alunos e alunas. “Poder contribuir para a formação dos estudantes, ver ex-alunos e alunas no Ensino Superior ou em boas posições no mercado de trabalho são algumas das coisas que mais me motivam”, diz.