Crianças do Brasil têm habilidades de leitura inferiores às do Azerbaijão e do Uzbequistão, mostra teste internacional
O exame, chamado Pirls (Progress in International Reading Literacy Study), avalia a capacidade de leitura de alunos do 4º ano do ensino fundamental, em 57 países. É a primeira participação do Brasil na avaliação internacional.
Por Luiza Tenente, g1 – 16/05/2023 10h40
O Brasil está atrás de países pobres, como Azerbaijão e Uzbequistão, em um exame internacional que mede habilidades de leitura de alunos do 4º ano do ensino fundamental (de 9 a 10 anos de idade). Os resultados do Pirls 2021 (Progress in International Reading Literacy Study) foram divulgados nesta terça-feira (16) e marcam a estreia brasileira na avaliação, existente desde 2001.
O que a prova mede? O teste avalia a capacidade de as crianças compreenderem textos, estabelecerem conexões entre as informações lidas e desenvolverem um senso crítico a respeito de um conteúdo.
Como funciona? É uma prova aplicada para alunos das redes pública e privada, com questões dissertativas e mais complexas do que as usadas nos exames nacionais de leitura, como o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
Quando a avaliação foi aplicada? Por causa da pandemia e das restrições no funcionamento das escolas, os 400 mil estudantes, dos 57 países participantes, foram avaliados em datas diferentes — de outubro de 2020 a julho de 2022. No Brasil, os estudantes participaram no fim de 2021.
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Brasil está entre os últimos do ranking
No ranking geral, o Brasil, com 419 pontos, ficou bem abaixo da média (500 pontos) e atrás de países como Turquia (496), Azerbaijão (440), Uzbequistão (437) e Omã (429).
Os melhores desempenhos foram registrados em Singapura, Hong Kong, Rússia, Inglaterra e Finlândia.
“Ficou claro que estar bem em índices nacionais, como o Saeb, não significa estar bem em parâmetros internacionais”, diz Ernesto Faria, diretor-fundador do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).
“Nossas avaliações são importantes, mas precisam ser revistas. Temos de subir a ‘barra’ de exigência. O Pirl traz textos mais longos e complexos, que levam a um diagnóstico mais preciso [da aprendizagem dos alunos].”