Desigualdade entre escolas pobres e ricas é de 4 anos ao fim do ensino fundamental
Os dados de 2023 do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) mostram que a desigualdade entre escolas públicas que atendem alunos mais pobres ou mais ricos teve uma leve oscilação ao fim do ensino fundamental com relação a 2021, ano marcado pela pandemia.
Ainda assim, a desigualdade se mantém: as médias de escolas com alunos mais pobres no ano passado apresentam uma diferença equivalente a quatro anos de aprendizado na comparação com escolas mais ricas. E essa é uma distância entre escolas públicas.
As médias escondem desafios particulares de cada escola e rede. Um dos mais relevantes é o nível socioeconômico dos alunos de cada unidade: pesquisas já mostram que é muito mais desafiador alcançar melhores resultados com estudantes de famílias mais pobres.
O Inep classificou as escolas brasileiras em sete níveis socioeconômicos, de acordo com indicador divulgado em 2021 (mas que continua a valer para este ano).
A tabulação mostra que tanto o Ideb quanto as notas do Saeb sobem a cada intervalo de nível socioeconômico. No intervalo das escolas mais pobres, há uma melhora das notas de português e matemática no ano passado com relação a 2021, enquanto ocorre o oposto entre as escolas mais ricas.
“É uma informação que faz sentido porque os mais pobres foram os que mais sofreram com a pandemia, e se vê uma recuperação. Alunos com melhor nível socioeconômico tem maior chance de ter acesso à internet, voltaram antes às aulas presenciais”, diz Ernesto Martins Faria, diretor do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).
As 8.900 escolas nos três níveis socioeconômicos mais baixos ficaram abaixo da média nacional, por exemplo. Já os três níveis mais altos, que reúnem 12 mil escolas, tiveram uma média de Ideb superior, de 5 pontos. Confira reportagem completa na Folha de S. Paulo.
Foto: Danilo Verpa/Folhapress