Os índices mostram o resultado de um processo histórico e do acúmulo de vulnerabilidades. Mas, para a discussão de alfabetização especificamente, há outros dados mais apropriados a serem observados
Ernesto Martins Faria e Lecticia Maggi – Opinião
23/05/2024
O IBGE lançou, neste mês, os dados de analfabetismo adulto do Censo Demográfico 2022, que indicam que 7% da população brasileira com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever um bilhete simples, o que representa um montante de 11,4 milhões de pessoas. Com razão, esses números tiveram grande repercussão e diversas reportagens cobraram posicionamentos dos secretários de Educação das localidades com os maiores índices. Nesse sentido, é preciso um passo atrás e entender (ou lembrar) que os dados de analfabetismo adulto do IBGE não refletem o cenário de alfabetização do país nem os esforços atuais dos Estados nessa área.
Os índices recém-lançados mostram o resultado de um processo histórico e do acúmulo de vulnerabilidades ao longo do tempo em determinadas regiões. São importantes, sim. Mas, para a discussão de alfabetização especificamente, há outros dados mais apropriados a serem observados.