QEdu é atualizado com os dados de aprendizado adequado no Saeb 2023; confira!
Resultados mostram desafio persistente em relação à aprendizagem de Matemática no Brasil: no 3º ano do Ensino Médio, apenas 5% dos alunos da rede pública têm bom nível de aprendizagem
O Iede atualizou o portal QEdu com os resultados mais recentes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Assim, os usuários já podem acessar o percentual de estudantes com aprendizado no Saeb 2023 para estados, municípios e escolas do País. Além das médias gerais, é possível analisar os índices com filtros por cor/raça e nível socioeconômico, para compreender as desigualdades existentes na educação brasileira e como elas se manifestam em cada território.
Os resultados evidenciam, entre outros aspectos, a dificuldade persistente do Brasil em ensinar Matemática. Em 2023, no 9º ano, o percentual de estudantes com aprendizado adequado na disciplina ficou em 16% (em 2019, era 18%, e, em 2021, 15%). Já no 3º ano do Ensino Médio, manteve 5% – o mesmo índice crítico de 2021. E, mesmo neste cenário de baixíssima aprendizagem, as desigualdades se manifestam: entre os estudantes brancos, 8% tiveram aprendizado adequado em Matemática; entre os pretos, 3%.
Na aba “Aprendizado”, o QEdu também apresenta a distribuição dos estudantes nos quatro níveis de proficiência: insuficiente, básico, proficiente e avançado, lembrando que o “adequado” corresponde à soma de proficiente e avançado. Destaca-se o fato de que, no último ano da Educação Básica, 59% dos estudantes brasileiros estão no nível mais baixo da escala — o Insuficiente — em Matemática. Em Língua Portuguesa, são 33%.
Nessa mesma página do QEdu, também é possível consultar os percentuais de estudantes com aprendizado adequado, segmentados por nível socioeconômico (NSE). Já nos anos iniciais, as disparidades entre os grupos são bastante acentuadas: no 5º ano, 61% dos alunos de alto NSE têm aprendizado adequado em Língua Portuguesa, enquanto entre os de baixo NSE esse percentual é 45%. Em Matemática, são 52% contra 32%.
“Desde que o Brasil passou a monitorar a aprendizagem com avaliações externas – Saeb na década de 90 e PISA no ano 2000 – os dados apontam um cenário pior em Matemática na comparação com Língua Portuguesa. Os dados de 2023 reforçam esse diagnóstico, mostrando que pouquíssimos alunos terminam a Educação Básica com boa aprendizagem na disciplina”, analisa Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Iede. “Precisamos exigir que a Matemática seja uma das pautas prioritárias da educação brasileira, com políticas mais robustas a nível federal, estadual e municipal, e que esse desafio seja melhor apresentado no novo Plano Nacional de Educação (PNE)”, completa.
O QEdu também foi atualizado com os dados do Saeb referentes ao 2º ano do Ensino Fundamental. Eles indicam que 49% dos estudantes da rede pública estão alfabetizados, enquanto na rede privada esse índice chega a 77%.
Para saber mais, leia contribuições do Iede ao debate sobre os dados:
- Estadão: Quantos alunos saem das escolas privadas de SP sem saber o suficiente em Matemática? Dado surpreende
- G1 – Só 5% sabem o esperado: desempenho adequado em matemática no ensino médio regride a níveis de 2011
- Agência Brasil: Aprendizagem na educação básica ainda não retomou níveis pré-pandemia
- O Glob0 | Coluna do Antônio Gois: Nossa persistente desigualdade
- Valor Econômico | Alunos ainda não recuperaram perda da pandemia, diz estudo
- CNN | Desigualdade racial ainda marca o ensino básico, aponta estudo
- CNN | Matemática: só 5% dos alunos do 3º ano médio têm bom desempenho, diz estudo
- Jovem Pan News|Só 5% sabem o esperado em Matemática no Ensino Médio; saiba mais
- TV Brasil | Disparidade de aprendizagem cresce em 10 anos
- Globo News | Só 5% dos alunos do 3º ano do ensino médio têm bom desempenho
- Jornal da Record | 95% dos alunos do terceiro ano do ensino médio da rede pública têm baixo desempenho em matemática
- Jornal da Gazeta | Ensino público brasileiro não retomou os patamares de aprendizagem pré-pandemia
- Folha de S.Paulo | Desigualdade racial no ensino básico aumentou na última década, mostra pesquisa